quarta-feira, 25 de junho de 2008

Crítica prematura?!

Será prematuro comentar notícias que dão como bastante provável o início de pagamento de chamadas de telemóvel recebidas? Parece-me que não.

A União Europeia discute a possibilidade das operadoras móveis começarem a cobrar aos seus clientes a recepção de chamadas. Quer isto dizer, que cada vez que alguém me ligar para pedir que antes de ir para casa passe na mercearia para comprar cebolas, ou que a minha avó me ligue, no meu dia de anos, para me dar os parabéns, eu tenha de pensar: será que vale a pena atender? será que tenho saldo para atender? será mais um inquérito? hmm, questões, questões, a minha mente diminuta e pouco célere não deveria ter de lidar com tamanhas decisões!

Parece-me realmente abusivo que mais uma taxa nos seja cobrada, ainda por cima para receber chamadas telefónicas!!

Faço um apelo para que, caso esta taxa comece a ser cobrada, a nós, consumidores, se pondere cobrá-la às empresas de sondagens ou aos vários call-centers que tão em voga se encontram e que, diariamente, nos "maçam" com questões.

José Lima
Caxias

A não liberalização do preço dos combustíveis

Há uns anos atrás os nossos governantes convenceram-nos que a liberalização do preço dos combustíveis era não só benéfica para todos os consumidores, tendo como consequência principal a inevitável descida dos preços dos combustíveis, como era uma exigência da modernidade que o país pretendia alcançar. Argumentavam que o preço máximo definido pelo Estado estava a funcionar como mecanismo de concertação de preços, ao servir de preço de referência para os distribuidores e logo não descia o seu valor.

Hoje verificamos que nenhum dos objectivos então definidos se veio a concretizar. Não só não houve a tal inevitável descida dos preços, como o país não registou os índices de modernidade que então se pretendiam alcançar.

Desde o início do ano já perdemos conta ao número de vezes que aumentaram os preços quer do gasóleo quer da gasolina. Portanto, esta medida em nada foi benéfica para os consumidores que vêm os preços dos bens de primeira necessidade, dos transportes, entre outros a aumentarem quase diariamente.

Claro que não podemos estar alheios às condicionantes internacionais do aumento dos combustíveis, mas terá de facto existido uma efectiva liberalização do preço dos combustíveis em Portugal? Não terá sido substituído o regime de preços fixados pelo Estado por um novo regime de concertação de preços, ou seja, um sistema com um mecanismo onde o tecto máximo definido pelo Estado foi substituído pelo preço de referência praticado pela GALP, que tem o monopólio da refinação, com mais de 40%da distribuição?

Portanto, a concertação de preços só poderia existir se de facto já existisse uma efectiva concorrência. E para que ela de facto exista seria preciso que o mercado estivesse de facto liberalizado e que o Estado não colocasse demasiados problemas à entrada de novos operadores no mercado, que pudessem oferecer preços mais baixos e mais competitivos.

Veja-se, a título de exemplo, as dificuldades que se levantam à entrada de novos operadores, as dificuldades colocadas aos postos de abastecimento nos hipermercados. Por que razão contínua o Estado a não licenciar mais postos de abastecimento nestes locais? É que os poucos postos de abastecimento deste género que existem em Portugal praticam preços seis a dez cêntimos abaixo dos outros. E no resto da Europa estes postos de abastecimento chegam a ter uma quota de mercado superior a 25%, quando em Portugal só a GALP tem uma quota superior a 40%.

Portanto, quanto ao tema liberalização do preço dos combustíveis em Portugal podemos dizer que a montanha pariu um rato. Para os consumidores, a quem foi prometido um mar de novas oportunidades, o que assistimos é que o sistema voltou a baralhar as coisas, voltou a dar as mesmas cartas e no final tudo ficou pior…

terça-feira, 24 de junho de 2008

A TV Cabo...

Sr. Provedor,

Sou cliente da TV Cabo há mais de três anos e pouco satisfeito. Durante estes três anos a nossa relação não tem sido nada fácil, mas esta última situação foi a gota de água e é a razão que me leva a escrever-lhe.
Sempre tive falhas de sinal, interrupções de programação, canais que não funcionam e até já me trocaram 4 vezes de power box. Sendo que vivo no centro de Lisboa e os meus vizinhos não sofrem dos mesmos problemas.

O meu último problema foi ter ficado sem sinal durante os últimos 6 meses. Durante cerca de 6 meses não tive, pura e simplesmente, sinal de televisão. Mas como se já não bastasse ter ficado sem sinal de televisão durante estes longos 6 meses, fui recebendo sempre as respectivas facturar para pagar. Ora sem sinal procedi apenas ao pagamento da primeira factura. Pois entendo não fazer sentido pagar por um serviço do qual não usufruía.

Contudo, não me cansei de ligar para a TV Cabo a solicitar a resolução do meu problema e a intervenção de um técnico. Coisa que só aconteceu há muito poucos dias.

Não feliz com tudo isto e não bastando não ter tido sinal de televisão, pelo facto de não ter pago as facturas da TV Cabo recebo agora uma carta a solicitar o pagamento das facturas em atraso e caso não o faça rescindem-me o contrato que mantêm e ainda me ameaçam com um processo de cobrança coerciva das facturas em atraso. E o mais engraçado é que continuo sem sinal de televisão.

Assim, venho solicitar ao Provedor que intervenha para que estas facturas não me sejam cobradas pela TV Cabo, pois não faz sentido, é injusto e imoral que pague por um serviço do qual durante cerca de seis meses não beneficiei e para o qual tentei vezes sem conta que me fosse resolvido o problema, junto dos serviços de apoio ao cliente da TV Cabo.

Obrigado.

António Amaral, Lisboa

O Drama dos Call Centers

Dentro do rol de queixas e preocupações que queria partilhar com todos vós, a minha primeira queixa para o-provedor.blogspot.com é sobre como são prestados os serviços de atendimento ao cliente. A minha queixa não se dirige a nenhum call center em especial, antes sim à forma como o atendimento é programado e quanto ao método utilizado.

Começamos logo por um facto mais negativo de todos: a esmagadora maioria dos números de atendimento ao cliente não são gratuitos, portanto pagos pelos consumidores. Não deveriam estes custos ser suportados pelas próprias empresas? Mas porque não vivemos num mundo perfeito são, mais uma vez, os consumidores a suportá-lo.

Mas a coisa piora e agora vejamos o problema de maior dimensão: quantos de nós quando ligamos para um serviço de atendimento ao cliente não passamos horas ao telefone para que o nosso problema seja resolvido? Já contaram o tempo que nos fazem esperar até que uma operadora nos atenda e a banda sonora que nos fazem ouvir? E depois somos constantemente passados de menus em menus, do pressione a tecla X, para a Y e depois para a Z e com isto passamos horas ao telefone até que alguém nos resolva o problema. E como a chamada é paga pelo cliente/consumidor, o peso financeiro que estas chamadas têm na factura do telefone é, por vezes, enorme.

Por isso senhor Provedor, escrevo-lhe no sentido de tentar resolver dois problemas: primeiro, é imperativo que se encurte o tempo de espera que todos passamos até que nos atendam o telefone, que se encurte o tempo que passamos a ouvir música e a passar de menus em menus. Em segundo lugar e o mais importante de todos, que passem a ser as próprias empresas a suportar os custos inerentes a estas linhas de atendimento. Se já pagamos pelo serviço que nos fornecem por que razão têm de ser também os consumidores/clientes a pagar para que os problemas do serviço já pago sejam resolvidos?

Obrigado e parabéns por este fórum, onde possamos partilhar preocupações, dificuldades e dramas.

Maria Inácia, Cacém.