sexta-feira, 4 de julho de 2008

A PT e o acesso à banda larga discriminatória

Hoje, pelo Bloco de Esquerda, ficamos a saber que a Portugal Telecom se prepara para diferenciar o acesso à banda larga. Isto significa que o acesso à banda larga não será o mesmo para quem vive no interior e para quem vive litoral do país.

Se essa medida da PT for para a frente quem vive no interior, para fazer a entrega da sua declaração de IRS, pagará mais do quem vive no litoral e pelo mesmo serviço.

Estamos, portanto, perante uma grave e notória situação discriminatória, onde os concelhos do interior do país que já são os mais pobres e passam-no a ser também até no acesso à banda larga. São discriminados e colocados em desvantagem perante outros concelhos com quem têm de competir.
Mas esta medida da Portugal Telecom contende com os objectivos definidos pelo Governo para o Plano Tecnológico e que anunciou ontem. Vejamos pretende um milhão de pessoas ligadas à rede em 2010.

Ora, perante esta noticia de hoje podemos tirar duas conclusões: (i) que o que o Governo pretende afinal é apenas que as pessoas do litoral estejam ligadas à rede e não um efectivo acesso universal à banda larga e aquilo que o Governo dá com uma mão tira com a outra, ou seja, anuncia uma mão cheia de intenções e na prática penaliza os cidadãos e consumidores, em especial os do interior do país. (ii) quem lucra com esta medida é a Portugal Telecom que registará um aumento dos seus lucros.
Com esta diferenciação de preços a PT passará a lucrar mais do que já lucra actualmente, com base em medidas discriminatórias.Mas a actuação da PT deverá ser pautar a sua actuação pela defesa do interesse público, pois o Estado detém ainda detém uma "golden share" na estrutura accionista da Portugal Telecom.

Para que os bons pagadores não paguem as dívidas dos caloteiros

Caros Concidadãos e amigos,

Esta malta pretende pôr os cidadãos comuns, bons e regulares pagadores, a pagar as dívidas acumuladas por caloteiros clientes da EDP, num total de 12 milhões de euros e, para o efeito, a entidade reguladora está a fazer uma consulta pública que encerra em meados de Julho.

Em função dos resultados desta consulta será tomada uma decisão. Esta consulta não está a ser devidamente divulgada nem foi publicitada pela EDP, pelo menos que eu saiba. A DECO tem protestado, mas o processo é irreversível e o resultado desta consulta irá definir se a dívida é ou não paga pelos clientes da EDP.

A DECO teme que este procedimento pegue e se estenda a todos os domínios da actividade económica e a outras empresas de fornecimento de serviços (EPAL, supermercados, etc.). Há que agir rapidamente.

Basta enviar um e-mail com a sua opinião, o que também pode ser feito por fax ou carta mas não tenho os elementos. Peço que enviem para o mail infra e divulguem o mais possível, para bem de todos nós cumpridores.

Detalhes em:
http://www.erse.pt/vpt/entrada/consultapublica/detalhe/?id=137

Exemplo de texto a enviar para:
consultapublica@erse.pt:
«Exmos Senhores:Pelo presente e na qualidade de cidadão e de cliente da EDP, num Estado que se pretende de Direito, venho manifestar e comunicar a Vªs Exªs a minha discordância, oposição e mesmo indignação relativamente à "proposta" – que considero absolutamente ilegal e inconstitucional – de colocar os cidadãos cumpridores e regulares pagadores a terem que suportar também o valor das dívidas para com a EDP por parte dos incumpridores.Com os melhores cumprimentos,»

terça-feira, 1 de julho de 2008

Descida do IVA: esperança ou motivo continuado de preocupação?

Hoje o IVA baixou de 21% para 20%.
Medida anunciada sem grande pompa e circunstância, pois se o Governo soubesse o que sabe hoje e que a economia não recuperou o que era expectável não tinha prometido esta descida. Esta é, pelo menos, a opinião maioritária dos economistas.
Mas este 1% de diferença não será sentida na maioria dos produtos e bens. Desde logo, nos bens de primeira necessidade. A alimentação como é taxada a 5% não haverá alteração no preço.
Portanto, o grande desafio a todos os consumidores será verificar se nos restantes produtos/bens e nos serviços sentiremos ou não esta descida do valor do IVA, em 1%.
Desconfio, contudo, que se verifique alguma mudança. Desde logo porque ouvi hoje de manha, na rádio, que os supermercados não iriam alterar o valor do preços, com a justificação que também não os tinham aumentado com a subida do valor do IVA. Depois temos os serviços e, logo no primeiro dia em que desce o IVA, assistimos ao aumento de alguns transportes públicos. Vejamos, por exemplo, o preço do bilhete do Metropolitano de Lisboa que subiu 5 cêntimos. E ainda temos mais um exemplo, os ginásios onde o Governo decretou a descida do IVA verifica-se que hoje a sua maioria não fez reflectir nas mensalidades que cobra aos seus clientes esta mesma descida do valor do IVA. O que já motivou uma inspecção a pedido da Secretaria de Estado do Desporto.
Portanto e mais uma vez, somos nós consumidores que temos de estar atentos às práticas das empresas, verificar se o preço dos produtos que fazem cobrar reflecte ou não esta descida do IVA. Exigir o que nos é legalmente exigível, assim como denunciar sempre que surjam problemas ou quaisquer irregularidades. Parece que contamos, cada vez, menos com a boa fé das empresas e elas contam mais com o nosso, dos consumidores, olho clínico.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Crítica prematura?!

Será prematuro comentar notícias que dão como bastante provável o início de pagamento de chamadas de telemóvel recebidas? Parece-me que não.

A União Europeia discute a possibilidade das operadoras móveis começarem a cobrar aos seus clientes a recepção de chamadas. Quer isto dizer, que cada vez que alguém me ligar para pedir que antes de ir para casa passe na mercearia para comprar cebolas, ou que a minha avó me ligue, no meu dia de anos, para me dar os parabéns, eu tenha de pensar: será que vale a pena atender? será que tenho saldo para atender? será mais um inquérito? hmm, questões, questões, a minha mente diminuta e pouco célere não deveria ter de lidar com tamanhas decisões!

Parece-me realmente abusivo que mais uma taxa nos seja cobrada, ainda por cima para receber chamadas telefónicas!!

Faço um apelo para que, caso esta taxa comece a ser cobrada, a nós, consumidores, se pondere cobrá-la às empresas de sondagens ou aos vários call-centers que tão em voga se encontram e que, diariamente, nos "maçam" com questões.

José Lima
Caxias

A não liberalização do preço dos combustíveis

Há uns anos atrás os nossos governantes convenceram-nos que a liberalização do preço dos combustíveis era não só benéfica para todos os consumidores, tendo como consequência principal a inevitável descida dos preços dos combustíveis, como era uma exigência da modernidade que o país pretendia alcançar. Argumentavam que o preço máximo definido pelo Estado estava a funcionar como mecanismo de concertação de preços, ao servir de preço de referência para os distribuidores e logo não descia o seu valor.

Hoje verificamos que nenhum dos objectivos então definidos se veio a concretizar. Não só não houve a tal inevitável descida dos preços, como o país não registou os índices de modernidade que então se pretendiam alcançar.

Desde o início do ano já perdemos conta ao número de vezes que aumentaram os preços quer do gasóleo quer da gasolina. Portanto, esta medida em nada foi benéfica para os consumidores que vêm os preços dos bens de primeira necessidade, dos transportes, entre outros a aumentarem quase diariamente.

Claro que não podemos estar alheios às condicionantes internacionais do aumento dos combustíveis, mas terá de facto existido uma efectiva liberalização do preço dos combustíveis em Portugal? Não terá sido substituído o regime de preços fixados pelo Estado por um novo regime de concertação de preços, ou seja, um sistema com um mecanismo onde o tecto máximo definido pelo Estado foi substituído pelo preço de referência praticado pela GALP, que tem o monopólio da refinação, com mais de 40%da distribuição?

Portanto, a concertação de preços só poderia existir se de facto já existisse uma efectiva concorrência. E para que ela de facto exista seria preciso que o mercado estivesse de facto liberalizado e que o Estado não colocasse demasiados problemas à entrada de novos operadores no mercado, que pudessem oferecer preços mais baixos e mais competitivos.

Veja-se, a título de exemplo, as dificuldades que se levantam à entrada de novos operadores, as dificuldades colocadas aos postos de abastecimento nos hipermercados. Por que razão contínua o Estado a não licenciar mais postos de abastecimento nestes locais? É que os poucos postos de abastecimento deste género que existem em Portugal praticam preços seis a dez cêntimos abaixo dos outros. E no resto da Europa estes postos de abastecimento chegam a ter uma quota de mercado superior a 25%, quando em Portugal só a GALP tem uma quota superior a 40%.

Portanto, quanto ao tema liberalização do preço dos combustíveis em Portugal podemos dizer que a montanha pariu um rato. Para os consumidores, a quem foi prometido um mar de novas oportunidades, o que assistimos é que o sistema voltou a baralhar as coisas, voltou a dar as mesmas cartas e no final tudo ficou pior…

terça-feira, 24 de junho de 2008

A TV Cabo...

Sr. Provedor,

Sou cliente da TV Cabo há mais de três anos e pouco satisfeito. Durante estes três anos a nossa relação não tem sido nada fácil, mas esta última situação foi a gota de água e é a razão que me leva a escrever-lhe.
Sempre tive falhas de sinal, interrupções de programação, canais que não funcionam e até já me trocaram 4 vezes de power box. Sendo que vivo no centro de Lisboa e os meus vizinhos não sofrem dos mesmos problemas.

O meu último problema foi ter ficado sem sinal durante os últimos 6 meses. Durante cerca de 6 meses não tive, pura e simplesmente, sinal de televisão. Mas como se já não bastasse ter ficado sem sinal de televisão durante estes longos 6 meses, fui recebendo sempre as respectivas facturar para pagar. Ora sem sinal procedi apenas ao pagamento da primeira factura. Pois entendo não fazer sentido pagar por um serviço do qual não usufruía.

Contudo, não me cansei de ligar para a TV Cabo a solicitar a resolução do meu problema e a intervenção de um técnico. Coisa que só aconteceu há muito poucos dias.

Não feliz com tudo isto e não bastando não ter tido sinal de televisão, pelo facto de não ter pago as facturas da TV Cabo recebo agora uma carta a solicitar o pagamento das facturas em atraso e caso não o faça rescindem-me o contrato que mantêm e ainda me ameaçam com um processo de cobrança coerciva das facturas em atraso. E o mais engraçado é que continuo sem sinal de televisão.

Assim, venho solicitar ao Provedor que intervenha para que estas facturas não me sejam cobradas pela TV Cabo, pois não faz sentido, é injusto e imoral que pague por um serviço do qual durante cerca de seis meses não beneficiei e para o qual tentei vezes sem conta que me fosse resolvido o problema, junto dos serviços de apoio ao cliente da TV Cabo.

Obrigado.

António Amaral, Lisboa

O Drama dos Call Centers

Dentro do rol de queixas e preocupações que queria partilhar com todos vós, a minha primeira queixa para o-provedor.blogspot.com é sobre como são prestados os serviços de atendimento ao cliente. A minha queixa não se dirige a nenhum call center em especial, antes sim à forma como o atendimento é programado e quanto ao método utilizado.

Começamos logo por um facto mais negativo de todos: a esmagadora maioria dos números de atendimento ao cliente não são gratuitos, portanto pagos pelos consumidores. Não deveriam estes custos ser suportados pelas próprias empresas? Mas porque não vivemos num mundo perfeito são, mais uma vez, os consumidores a suportá-lo.

Mas a coisa piora e agora vejamos o problema de maior dimensão: quantos de nós quando ligamos para um serviço de atendimento ao cliente não passamos horas ao telefone para que o nosso problema seja resolvido? Já contaram o tempo que nos fazem esperar até que uma operadora nos atenda e a banda sonora que nos fazem ouvir? E depois somos constantemente passados de menus em menus, do pressione a tecla X, para a Y e depois para a Z e com isto passamos horas ao telefone até que alguém nos resolva o problema. E como a chamada é paga pelo cliente/consumidor, o peso financeiro que estas chamadas têm na factura do telefone é, por vezes, enorme.

Por isso senhor Provedor, escrevo-lhe no sentido de tentar resolver dois problemas: primeiro, é imperativo que se encurte o tempo de espera que todos passamos até que nos atendam o telefone, que se encurte o tempo que passamos a ouvir música e a passar de menus em menus. Em segundo lugar e o mais importante de todos, que passem a ser as próprias empresas a suportar os custos inerentes a estas linhas de atendimento. Se já pagamos pelo serviço que nos fornecem por que razão têm de ser também os consumidores/clientes a pagar para que os problemas do serviço já pago sejam resolvidos?

Obrigado e parabéns por este fórum, onde possamos partilhar preocupações, dificuldades e dramas.

Maria Inácia, Cacém.